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Presentações de livros

A travessia do trágico em análise
Mauro Pergaminik Meiches

Sumario

Apresentação

Capítulo I: Presente de Grego

Introdução
Uma conceituação minimamente suficiente
Aristóteles, a catarse, o conhecimento através da dor
O assunto de família. A culpa
Édipo e a questão da linguagem
Ser psíquico, ser coxo
A condensação. Unidade de tempo
A cidade como outro analógico do sujeito psíquico
O desenho do cultural nos escudos dos heróis
Platão, a crítica ao trágico e um pior que a tragédia

Capítulo II: Passagens Trágicas na Clínica Psicanalítica

Capítulo III: Uma Aproximação  ao Páthos Trágico

Introdução
O universo trágico de Nietzsche
O apolíneo e o dionisíaco
O páthos
O mito
A tragédia e a alegria trágica
Uma outra leitura de “As Eumênides”
A contraposição a Aristóteles
Freud e Nietzsche.O trágico metaforizando o analítico
A metáfora
A profundeza. O recalque

Capítulo IV: Identificação, Identidade e Travessia do Trágico  

Texto da Orelha, por Renato Mezan:    
Pode-se falar em “o” trágico, independentemente de sua existência literária e teatral sob a forma das tragédias? A linguagem comum sugere que sim: dizemos que tal coisa é uma tragédia, no sentido de catástrofe, ou que determinada história é trágica, porque se passa em meio ao sofrimento e acaba mal. Esta é a prova de que, embora tenham sido os gregos os primeiros a materializá-lo em obras para o palco (Ésquilo, Sófocles, Eurípides) e a pensá-lo como categoria estética (Platão, Aristóteles), o trágico rapidamente transcendeu o seu berço de origem e passou a designar uma dimensão fundamental da experiência humana.    Mauro Meiches argumenta que também na Psicanálise se pode falar de fases ou momentos trágicos, e que a travessia deles representa uma etapa especialmente mutativa no transcurso de uma análise. Partindo do estudo do trágico em sua forma grega, ele traz alguns casos que o apresentam in vivo em determinados processos analíticos; em seguida, comenta a visão nietzscheana desta categoria, mostrando em que e por que ela difere da dos gregos (em síntese, Nietzsche valoriza o excesso como elemento fundamental da catarse, enquanto para a ética grega o excesso, sob a forma da hybris, traz calamidade e perdição).     Por fim, juntando todos os fios, Meiches sugere que os momentos de travessia do trágico durante uma análise estão ligados a momentos de oscilação nas identificações, que acarretam o luto de uma visão de si ou de um objeto narcísico até então essenciais para a manutenção da identidade (e do sintoma). De permeio com esta tese, o leitor encontrará análises exemplares de alguns aspectos específicos do trágico, como sua relação com a alegria, sua concretização em obras teatrais contemporâneas, sua ligação com a culpa, as considerações de Freud a respeito do tema, e outros mais. Metáfora do analítico, conclui o autor: eis o papel do trágico na Psicanálise.     Bem escrito, bem informado, por vezes polêmico, este livro interessará a todos os que, na esfera psi ou fora dela, desejam aprofundar o estudo da interface entre a Psicanálise e a cultura, porque percebem que esta articulação nada tem de esotérica nem de ornamental: como diz em suma o autor deste livro, ela é fundamental para um trabalho clínico que não se perca na ideologia. 

Texto da 4ª capa:    
Este livro constrói uma intersecção entre os campos da tragédia grega e da psicanálise. Por meio do levantamento de temas e assuntos trágicos, explorados a partir dos estudos helênicos, são feitas diferentes aproximações com o universo da clínica psicanalítica e da teoria freudiana da cultura. A teoria do trágico é o fundamento para uma metaforização do conceito de identificação postulado por Freud. Além dos helenistas e dos dramaturgos, Nietzsche comparece como grande teorizador do pathos trágico, essencial para uma outra compreensão do afeto psicanalítico. Este percurso é ilustrado com vinhetas clínicas.  

Mauro Pergaminik Meiches é psicanalista, Doutor em Psicologia Clínica pela PUC de São Paulo, autor de "Uma Pulsão Espetacular" (Ed.Escuta,1997) e co-autor de "Sobre o Trabalho do Ator" (Ed.Perspectiva,1988) mmeiches@uol.com.br

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