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Pulsão e Linguagem
Esboço de uma concepção psicanalítica do ato
Ana Maria Rudge

Jorge Zahar Editor - Tramsissão da Psicanálise

O conceito de pulsão, cosiderado pelo fundador da piscanálise como seu conceito fundamental assim como o mais enigmático, tem sido - em virtude desta posição paradoxal - interpretado de modos diversos e discordantes. As relaçãoes da pulsão com a linguagem costituem o eixo em torno do qula se dão as maiores controvérsias.

Para muitos pós-lacanianos, essas relaçãoes são vistas como de oposição excludente, o que é analisado aqui pela professora Ana Mari Rudge como um efeito da utilização da linguistica saussuriana para a comprensão do papel da linguagem na psicanálise.

Buscando situalr a pulsão com maior rigor, a autora empreende inicialmente um amplo exame desse conceito na metapsicologia freudiana. Sua abordagem recusa tanto as versões que remetem a pulsão ao campo biológico quanto aquelas que a deslocam, de uma forma ou outra, para um campo exterior ao que tem lugar na experiencia analítica. Assim, a partir de um percurso pelos textos metapsicológicos fundamentais, a pulsão é caracterizada não só por uma peculiar topografía, mas por sua constitução a partir de eperiencias da infância formadoras de traços mnémicos - que são o própio fundamento do desejo.

Em seguida, percorrendo a obra de Freud desde o texto inaugural sobre as afasias até os escritos propriamente psicanalíticos, Ama María Rudge esclarece o papel da pinguagem na metapsicologia, além de abordar a posterior dificuldade de Jacques Lacan em compatibilizar a linguistica saussureana com o campo da psicanálise.

Sendo o principal objetivo da autora valorizar o ato como o campo em que se pode mehor circunscrever a problemática articulação entre pulsão e linguagem, os atos de fala - assim nomeados por J. L. Aunstin - são apontados como o terreno em que pulsão e linguagem se revelam inseparáveis. Mas, para tal, é necessário proceder à análise da concepção freudiana de ato - passando pelo ato falho e pelo chiste - como instancia privilegiada em que a pulsão encontra sua incidencia na experiencia analítica

 

Ana Maria Rudge é psicanalista e doutora em psicologia clínica. E professora do departamento de Psicologia da PUC-Rio no programa de Pós-graduação em Psicología. E Secretária de Publicações e Pesquisa da Sociedad de Psicanálise Iracy Doyle. Dentre seus artigos recentes destacam-se "Mythology and Constructions in Psychoanalysis", International Forum of Psychoanalysis (Scandinavian University Press, vol.6, n-1, abril 1997); "Representação e linguagem na metapsicología", Tempo Psicanalítico, n.29 (1997); "Considerações sobre a realidade psíquica", Cadernos do Tempo Psicanalítico, n.2 (1996) e "O psicanalista e a sabedoria do ato", in Etica, psicanálise e sua transmissão (Vozes, 1996), livro organizado por M.I. França.

E-mail: arudge@unysis.com.br

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