Política del Psicoanálisis

La crisis en la Internacional de los Foros del Campo Lacaniano

Discusión entre Jairo Gerbase y Marisa Baldi

 

SE EE PARA INVENTAR NAO VAMOS SEGUIR MODELO ALGUM DO PASSADO

Considero legitimo que Elizabete Saporiti, Dominique Fingermann e Ana Laura Prates tenham proposto um Forum do Campo Lacaniano em Sao Paulo. Certamente esgotou-se a possibilidade de dialogo com o Forum de Psicanalise de Sao Paulo. Elas concebem que ee necessario nomear de imediato a comunidade analitica nova que se quer criar sob o lexico de Campo Lacaniano que como se sabe faz referencia ao gozo e nao aa dominacao e que vai alem do discurso de Freud, que se restringe ao discurso analitico. Para se orientar nesse campo, na dimensao analitica e na dimensao politica, por que nao seguir os autores que Foucault e Lacan reconheceram como sendo aqueles que introduziram um discurso novo no mundo das ideias? Falo de Marx e de Freud. O adjetivo lacaniano nesse caso nao nomeia apenas um autor. Nao ee nada equivalente a ser jungiano ou reichiano. Ser freudiano significa orientar-se no discurso analitico. Ser lacaniano significa orientar-se, alem do discurso analitico, nos outros discursos, ou seja, na relacao dos discursos com o gozo. Nao ha discurso que nao seja do gozo.

Elas tambem concebem que uma futura Escola de Psicanalise nao pode dispensar o Dispositivo do Passe, ainda que se tenha de avaliar seu funcionamento e seus *disfuncionamentos* e criticar a experiencia realizada, condicao do relancamento da experiencia a realizar.

Por outro lado, considero tambem legitimo que o Forum de Psicanalise de Sao Paulo (que parece estar mais proximo da maxima do arquiteto de Brasilia, Lucio Costa, que esta no cabecalho desta mensagem) queira tentar inventar um modelo novo, que nao se pareca com nada antes experimentado.

Considero que a crise de Sao Paulo ee legitima e positiva. Alias me surpreendeu que ela nao tenha se instalado na origem, quando Luiz Carlos Nogueira e Helena Bicalho, que estiveram discutindo conosco uma saida possivel desde a tal *conversacao* do Rio de Janeiro, acabaram por se afastar, certamente devido aa possibilidade de dialogo ter-se esgotado, uma primeira vez.

De tal maneira que espero contar com a participacao dos colegas nos foruns por vir.

Pelo que sei, uma das dificuldades do dialogo, certamente nao a principal, tem sido a falta de polidez entre os colegas. Por isso me pareceu que seria recomendavel essa giria dos jovens de hoje: *pegue leve*.

Abraços,
Jairo Gerbase


Prezado Jairo,

Sua mensagem me provocou uma série de questões. Antes de explicitá-las gostaria de lembrar que faço parte da Ouvidoria do FPSP e tenho participado do percurso deste atual movimento do fóruns desde seus primórdios, pois pertenci ao "grupo dos oito" que foi o embrião aqui em São Paulo.

1- Começando por sua interpretação do afastamento de Luiz Carlos Nogueira e Helena Bicalho: você coloca que o ponto que causa a crise no FPSP já seria, supostamente, aquele que provocou os afastamentos acima citados. Não sei se você tem outras informações precisas, mas não é o nosso caso aqui em São Paulo. Este foi um silêncio que se instalou desde então e, embora solicitados, estes dois colegas não explicitaram publicamente as razões de suas saídas. Não estou discordando de sua leitura, pois nem tenho dados que me sustentem a favor ou contra: outros que tenho são da mesma ordem da suposição e, portanto, não seriam válidos. O que isto recoloca, para mim, é a questão do silêncio que parece retornar de foma assustadora. E o silêncio é nosso velho conhecido, assim como suas consequências arrasadoras. Portanto retomo esta questão: por que?

2- Sobre a interlocução que a Rede propicia, regional, nacional e internacionalmente:certas mensagens, diretamente endereçadas a colegas que estão sendo questionados por outros, ficam muitas vezes sem resposta. Dou por exemplo os textos de Michel Sauval diretamente dirigidos a Colette Soler, onde faz questões de ordem analítico-institucionais e não recebe resposta à elas. Pelo menos não a nível das Redes. Outra mensagem contendo questões contundentes foi dirigida a Bernard Nominé por Domingos Infante e, até agora, não encontrei na Rede nada referente às respostas ou posições solicitadas. No que diga respeito ao regional, aqui em São Paulo, a saída das colegas também albergou o silêncio, não só anterior ao fato de fundação de um outro fórum em vias de ocorrer, como na enunciação particular de cada uma delas sobre o que as movera a este ato. Exceção feita a Ana Laura Prates. Elizabeth Saporiti participou seu desligamento da Diretoria do FPSP, mas Dominique Fingerman nem isto o fez de forma oficial, não só em relação ao Espaço Escola, instância da qual fazia parte, como ao FPSP. Diversos textos que se sucederam à fundação do Fórum do Campo Lacaniano de São Paulo deixavam claro, tanto a surpresa deste ato, como as questões a serem respondidas. Insisto, com exceção de Ana Laura, o silêncio tem pairado. Por que?

3- Terceiro e, no momento, último ponto que seu texto me sugere: o "pegar leve". A Ouvidoria tem se expressado quanto à forma de interlocução entre colegas, marcando sua posição no sentido que o respeito seja zelado. Portanto concordo com a sua observação. Só quero destacar, em nome próprio, que as palavras mais fortes que têm vindo a público em algumas mensagens, embora passíveis de questionamento, têm a vantagem de serem públicas. Aquelas que são ditas na privacidade das reuniões e que, portanto, ao público são silenciadas, me parecem conter muito maior perigo.

Um abraço,

Marisa Baldi

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