Política del Psicoanálisis

La crisis en la Internacional de los Foros del Campo Lacaniano

Sobre forum do campo lacaniano em Sao Paulo

Domingos Infante

O informe de Dominique, Ana Laura e Elisabete é uma interpretação selvagem e tendenciosa dos fatos, portanto tomo a iniciativa de contestá-lo no que diz respeito ao FPSP.

O FPSP nasceu, em agosto de 98, do movimento dos fóruns e como tal se reconhece, FPSP é o significante que o agenciou. Todos estão cientes da heterogeneidade que compôs o FPSP desde o início. A proposta de Campo Lacaniano ocorreu em dezembro a partir de uma lógica proposta por Colete Soler no Encontro do Rio. Em SP a adoção desse significante não foi consensual e temos nos pautado desde o início pelo respeito a um funcionamento democrático. Foi em respeito a esse funcionamento que o FPSP se organizou e pretende se manter. De agosto até dezembro de 98 o significante Campo Lacaniano não tinha sido proposto e isso não impediu que debatêssemos a lógica proposta pelo movimento e nem nos distanciou daquilo que consideramos primordial nele, que é o retorno à Escola de Lacan. Dizer que Campo Lacaniano foi o que deu origem aos fóruns é uma distorção desonesta e um desrespeito a toda discussão que a comunidade analítica que compõe o FPSP desenvolveu com seriedade e sem o fanatismo que está movendo o informe que comento.Considero, e creio que comigo os colegas que compõem o FPSP, que o Campo Lacaniano é um Campo em construção e é como tal que queremos integrá-lo e marcar nossa diferença. Lembro que quando Colete Soler propõe o Campo Lacaniano enfatiza a importância das formações locais, não só como a base de sustentação do próprio movimento,mas também como o desejável. Se esse aspecto não for respeitado nada construiremos de novo a não ser uma EBP versão 2 tão cretinizante como a anterior. Infelizmente nossos estatutos não estão prontos para serem divulgados. Eles mencionam nossa articulação ao Campo Lacaniano e fomentam uma posição de abertura a todo tipo de interlocução que julgamos congruente com a psicanálise. No entanto não idealizamos o Campo Lacaniano, não o verticalizamos como querem alguns, às pressas, sem respeito ao tempo de compreensão necessário para se construir algo sério.Nossos estatutos, ao contrário da mensagem irresponsável de Dominique, Analaura e Elisabete, explicitam nossa orientação freud-lacaniana, mas certamente elas se julgam guardiães do discurso analítico de uma forma arrogante e presunçosa. No item dois da mensagem que cita parte dos estatutos é evidente, para quem quiser perceber, a forçagem interpretativa com finalidades políticas. Senão vejamos, há alguma forma de se respeitar as proveniências institucionais sem passar por enunciações singulares? Eu diria que sim, pois pude presenciá-las na EBP, ali uma Escola dogmatizada impedia qualquer enunciação e qualquer proveniência era a priori desqualificada pois nada de pertinente podia existir fora da própria EBP. Não é isto que ocorre no nosso fórum onde os diferentes percursos são respeitados e onde apostamos na criatividade para repetirmos na vertente da diferença e não do mesmo e o instrumento para esse respeito é exatamente o zelo por garantir enunciações singulares. Colete Soler, no Rio, iniciou sua conferencia, onde propõe o Campo Lacaniano, com as palavras: estamos sem escola, mas não sem comunidade. Pois bem, não acreditamos em nenhum porvir para o Campo Lacaniano fora dessa comunidade e é isso que conseguimos criar em SP. Não queremos mais uma instituição, seja ela qual for, criada a toque de caixa por uma elite presunçosa e imaginariamente se julgando guardiã do verdadeiro discurso analítico. O que a mensagem que ora comento propõe é desqualificar a comunidade com artimanhas do tipo descontextualizar uma frase como a citada no item dois da mensagem, para ganho político. Nada há de incongruente nessa frase tendo em vista a provisoriedade da organização do nosso forum. Queremos sim nos informar e debater com analistas lacanianos de outras instituições, queremos sim, saber como eles responderam às questões propostas pelo ensino de Lacan. Não queremos, não devemos, como analistas, partir do pressuposto que alguns detém a verdade do discurso de Lacan, um ensino que está longe de podermos tirar todas as consequências e sobretudo, não queremos partir de critérios tão precários como a confiança ou desconfiança para sustentar uma comunidade como preconizam Dominique e Analaura. No que diz respeito à confiança, o gesto das colegas bem demonstra o quanto ela tem pernas curtas.

Aos interessados, recomendo a leitura de nosso informe da diretoria do dia 1 /7. Se o Campo Lacaniano não pode albergar uma proposta como a nossa, gostaria que me respondessem o que é o Campo Lacaniano . Repito, consideramos o Campo Lacaniano um campo em formação e não propomos uma participação passiva ou fundada em critérios imaginários, queremos participar com uma interlocução conseqüente e não passional e é dessa forma que mantemos nossas representações nas comissões organizativas nacionais.O que nossas ex-colegas iniciam lamentavelmente é um processo de caça às bruxas de dissensão precipitada, numa atitude solipsista, depois de participarem de um processo democrático de decisão na qual elas perderam por 11 votos a dois(de um total de 13) . Isso no que diz respeito a Dominique e Analaura pois Elisabete nem sequer participou dos debates para assinar esse informe.

Recentemente ouvimos Jerusalinsk membro da Associação Freudiana Internacional que nos relatou os debates sobre o passe em sua instituição. Foi uma lufada de ar fresco e de liberdade de pensamento ,sem dogmatismos. Mais recentemente pudemos ouvir e debater com Bernard Nominé, sobre o mesmo tema e pudemos compartilhar a lucidez com que ele formula questões fundamentais sobre a Escola e o que pode vir a fazer Escola.Isso é, na prática, o que preconizamos em nosso estatuto que não se presta realmente a uma leitura xiita e fundamentalista. Em que isso fere a proposta dos fóruns? A não adoção do nome? Lamento, mas é irresponsável e patético tal argumento.Julgamos a interpretação de Dominique extremamente equivocada não só no que diz respeito a nossos anseios mas sobretudo em relação ao próprio campo lacaniano cujo destino, convenhamos, não se presta a nenhum tipo de fundamentalismo ou fanatismo.

Assumo total responsabilidade por esta contestação, embora julgue que ela expressa a opinião de muitos colegas do forum. Espero sinceramente que a atitude golpista e antidemocrática das ex-colegas não nos privem daquilo que julgamos fundamental para consolidarmos uma comunidade analítica em SP, a interlocução com os demais foruns, apesar de nossa idiossincrasia.

Domingos Infante

Caro Bernard Nominé,

Então era isso! Eu não poderia imaginar. Eu esperaria tudo, menos isso. Conheço há muito os métodos de Dominique mas não sua capacidade de concluir sem compreender. Vc terá, assim mesmo, uma outra chance quando enviarmos nosso projeto de estatuto que,talves, lhe chegue amanhã. É lamentável que vc tenha concluido antes de nos ouvir. Nos não temos medo do CL, nos queremos construi-lo juntos com nossa contribuição singular, se compreendemos a proposta de Colette Soler no Rio. Eu, particularmente, há muito, desde os tempos da EBP, assinalo a importância de seu trabalho e de MJ Sauret e sobretudo a coragem que vcs tiveram a respeito dos desvios da AMP. Eu lhe peço, leia nosso projeto de estatuto e analise se ele é verdadeiramente o que Dominique interpreta selvagemente. Nos não construiremos um CL no Brasil baseado imprudentemente em intrigas histéricas.
Aproveitando de sua admiração por nossas canções eu lhe lembro uma canção de Chico Buarque. Nos temos uma expressão, para situações de eventos criminosos que é Chame a Polícia!. Pois bem, Chico Buarque, criticando a violência de nossa polícia diz Chame o ladrão, chame o ladrão! Eu espero que o CL não nos faça cantar Chamem JAM!. O que nos não faremos jamais. Alias eu espero que o CL no Brasil não tenha necessidade de chamar ninguem para resolver nossas dissenções, sobretudo uma dissensão local para a qual vc não tem nenhuma informação válida a não ser por ouvir dizer.Eu me pergunto sempre, quando deixaremos de ter uma mentalidade de colonizado?É evidente a orquestração de nossas colegas na sua mensagem. Vc nem sequer leu nosso projeto de estatuto! Eu lhe peço,reiteradamente, leia nosso estatuto. Ali vc poderá concluir e respeitarei sua conclusão pq ela não será por ouvir dizer. Para falar ainda sobre confiança. Eu lhe disse em SP, eu não confio nem desconfio, eu sou analista. Pode-se confiar simplesmente no ouvir dizer? Um pouco de desconfiança, afinal. No Rio eu ouvi de Colette Soler, onde há ingenuidade, falta analista. Respeite, por favor nossas comunidades e sobretudo a de SP que acaba de te receber e de se benficiar de suas intervenções. Nos somos numerosos,nos apostamos no CL, vc não se deu conta disso. O que vc saúda é um conjunto vazio sem nenhuma ressonância em SP.

Saudações

Domingos

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