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Revista Pulsional

Número 151 - Novembro 2001

Editorial: 150 números de Pulsional Revista de Psicanálise - Manoel Tosta Berlinck 

Com esta edição, reunindo o mais completo índice de artigos publicados pela PULSIONAL Revista de Psicanálise. comemoramos 150 números publicados ininterruptamente durante 14 anos.

O Boletim de Novidades Pulsional começou a ser publicado, em folhas avulsas xerocadas, em 1987 e visava divulgar os poucos livros de psicanálise que vinham sendo publicados no Brasil,  junto com as numerosas novidades bibliográficas estrangeiras.

A partir do ano IV, no. 23, o Boletim de Novidades começou a publicar artigos junto com notícias do campo e as novidades bibliográficas, sob a forma de um caderno impresso em folha A4 dobrada e grampeada.

O primeiro artigo publicado foi o de Sandor Ferenczi, sobre O processo da formação psicanalítica (1929), conferência pronunciada em Madrid, Espanha, em 1928. 

Com o ano VII, no. 61, de maio de 1994, o Boletim de Novidades Pulsional sofre uma segunda modificação gráfica e passa a ser publicado sob a forma de uma revista impressa.

No ano XI, no. 112, de agosto de 1998, ele passou a se chamar Pulsional Revista de Psicanálise e com o no. 114 passou a ter o formato gráfico atual.

Nestes anos, a Revista foi se constituindo como um importante arquivo da recente história da psicanálise no Brasil pois, além de publicar artigos, ela sempre reuniu notícias do campo e as novidades bibliográficas nacionais.

O que se observa, então, nesses 14 anos, é que a psicanálise passou a ter um crescente número de autores nacionais. Até a primeira metade dos anos 80, o número de psicanalistas brasileiros que escreviam podiam ser contados nos dedos. A partir daí, foi surgindo um grande número de autores provenientes da mais diversa origem: de instituições de formação, da universidade e de ambientes clínicos como hospitais, ambulatórios e consultórios.

Além disso, Pulsional Revista de Psicanálise, vai registrando, ao longo do tempo, uma notável modificação do interesse dos psicanalistas que passam a se dedicar a psicopatologias pouco ou nada comuns no tempo de Freud: o autismo, a anorexia e a bulimia, a depressão, o pânico e, principalmente, a clínica do social vão surgindo como objetos de crescente interesse.

A nossa Revista registra, também, como a psicanálise praticada no Brasil passou de uma grande dependência da literatura estrangeira e da freqüente visita de psicanalistas de outros países para uma situação onde essa transferência se dissolve sobrevindo autores nacionais de grande importância.

Ela foi capaz de notar como o enquadre clínico clássico – o consultório particular com o divã - foi dando lugar para o aparecimento de outros enquadres onde se pratica uma psicanálise complicada: enfermarias hospitalares, ambulatórios, acompanhamento terapêutico, psicanálise de rua, serviços de atendimento em grupo passaram a fazer parte da atividade clínica de psicanalistas.

Uma outra modificação importante ocorrida nesses anos tem sido a difusão da psicanálise por todo o território brasileiro. Os primeiros artigos publicados na Revista vinham de São Paulo, do Rio, de Porto Alegre e de Belo Horizonte. Logo depois, artigos começaram a chegar da Bahia e de Pernambuco. Mais recentemente há artigos assinados por autores do Pará, do Rio Grande do Norte, de Brasília, da Paraíba, de Goiás e de Mato Grosso.

Finalmente, é notável que o crescente número de autores depende, em grande parte, da psicanálise na Universidade.

Essas observações sucintas sobre a dinâmica do campo da psicanálise no Brasil revelam a importância de Pulsional Revista de Psicanálise.

Tendo assumido, desde o primeiro instante, uma postura pluralista e aberta às mais diversas posições que considera legítimas, a Revista inclui artigos de todos os tipos de ianos: freudianos, kleinianos, bionianos, lacanianos e, mais recentemente, trabalhos de autores miscigenados.

Evidencia-se, dessa forma, a grande vitalidade e a grande inventividade da psicanálise praticada no Brasil. Aos poucos, os autores nacionais parecem se distanciar de uma certa ortodoxia e se aproximam da miscigenação necessária para dar conta dos fenômenos vivenciados na clínica.

Pulsional Revista de Psicanálise sempre evitou dar espaço para um certo charlatanismo que se pratica em nome da psicanálise no Brasil,  bem como procura manter uma discrição com relação às fofocas e às briguinhas de comadres que são inevitáveis. Procura, entretanto, publicar tudo o que recebe e considera apropriado, desde primeiros balbucios autorais até textos bem acabados, escritos por autores consagrados. Ela reflete, dessa forma, as qualidades e as limitações do campo procurando manter o espírito pluralista que a caracteriza.

Queremos, nesta oportunidade, agradecer, mais uma vez, o nosso Conselho Editorial, as pessoas que fazem a revista e nossos leitores. Sem eles, esta iniciativa não teria sido possível.

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ou qualquer outro tipo de informação, escreva a
brasil@psicomundo.com

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