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2001 - A ODISSÉIA LACANIANA
Colóquio Internacional: Lacan no século

HAL
O Jornal de 2001
N° 4

A Odisséia Lacaniana
Colóquio Internacional: Lacan  no Século  

11,12,13 e 14 de abril de 2001

sob a égide de:
Internacional dos Fóruns do Campo Lacaniano
Associação Fóruns do Campo Lacaniano

Organização:
Formações Clínicas do Campo Lacaniano

Editora: Clara Inem

Colaboradores Hal no 4: Antonio Quinet, Graça Pamplona,Marcus Sodré, Rosane Melo e Vera Pollo.

Colaboradores Estrangeiros: Bernard Nominé, Lia Shenfield , Leonardo Rodrigues, Maria Vitória Bittencourt e Sylvana Clastres.

Neste Número:

 

Lacan: o quadro, a referência

Durante o evento 2001: a Odisséia Lacaniana, será reapresentada a coleção Lacan: o quadro, a referência, resultado de uma pesquisa realizada por Graça Pamplona sobre as referências de Lacan à pintura e que reúne em 30 peças tela-texto referência o texto de Lacan e a reprodução do quadro por ele citado. O interesse que essa coleção tem despertado, tanto para os analistas como para os estudiosos da conexão arte/psicanálise, levou os organizadores de Odisséia Lacaniana a pedirem à autora que fizesse a exposição, a qual já foi acolhida, entre outros, no Museu de Arte Moderna de Salvador, na Casa Freud (Belo Horizonte), no Hotel Meliá em S. Paulo e agora poderá, novamente, ser vista no Hotel Gloria. A editora de Hal, Clara Inem, propôs então algumas perguntas a Graça Pamplona sobre seu trabalho.

Hal: Na apresentação da mostra você diz : "A montagem dessa pesquisa permite apreender com mais precisão o que o pintor vem ensinar ao psicanalista". Você poderia comentá-la?

G.P: Sim. Reconheço que há uma alusão ao que diz Lacan sobre o artista e o psicanalista: o artista antecipa o psicanalista. Então, podemos ler a frase dessa outra maneira: o pintor, como artista, vem ensinar ao psicanalista, porque o antecipa, sobre as coisas que são próprias ao Inconsciente. A pesquisa consistiu no levantamento das telas citadas por Lacan e dos desenvolvimentos teóricos feitos por ele a partir de cada tela. Para que Lacan cita uma tela? Não é apenas porque ela é bela ou menos bela, sequer por mera demonstração de cultura ou conhecimento sobre arte, tampouco para nos mostrar seu gosto. Lacan, quando menciona uma tela, o faz com uma função dentro do seu ensino. Essa função, me parece, é tornar precisa a transmissão em psicanálise. Seu retorno a Freud implicou em reconduzir ao trilhamento da descoberta freudiana, o que havia se desviado com o pós-freudismo. A questão do Inconsciente, isso implica um rigor conceitual, diante do qual Freud e Lacan não cederam. Aliás, a referência à gravura de Goya, "O sono da razão produz monstros", em "A carta roubada", é uma crítica aos desvios dos seguidores de Freud ao mesmo tempo que resgata o valor da pulsão de morte na sua obra . E o que foi este ensino do qual Lacan se fez responsável, senão o que ele mesmo afirma como propósito para sua Escola? Uma determinção em restaurar o gume cortante da descoberta freudiana. Então, o ensino de Lacan busca transmitir, de modo preciso, o que é estrutural à psicanálise. As pinturas que citou lhe servem porque trazem à mostra pontos demonstrativos da estrutura do Inconsciente e suas leis. Em algumas referências isso é mais extenso, em outras é uma discreta menção que tensiona o conceito em causa. Las Meninas, de Velazquez, sustenta a teorização sobre o olhar como objeto a no Seminário 13 e retorna, como referência e breve alusão àquele desenvolvimento teórico, no final do Seminário O Ato Analítico, para trazer uma precisão sobre a posição do psicanalista. A explanação textual sobre o despedaçamento corporal, a imagem especular e a parcialidade do objeto é clara e dispensaria a referência ao S. Jorge de Carpaccio, nos Seminários 2 e 7. Mas, ao vermos a tela junto com o texto, apreende-se de modo indubitável. E o capítulo Psiquê e a Castração, do Seminário 8 é iluminador da teoria pelo suporte que Lacan extrai do quadro de Zucchi. A montagem reúne o quadro e o que Lacan depreendeu do mesmo sobre o Inconsciente. Eu diria que Lacan talvez se sirva das telas como Freud se serviu da literatura, Sófocles, Shakespeare.

HAL: Em que medida a arte contribui para uma estética da Psicanálise?

GP: Essa pergunta produz um efeito de surpresa porque vem forçar uma luz, uma outra interrogação sobre a Psicanálise: a Psicanálise, teria ela uma estética? E se a tiver, o que seria uma estética da Psicanálise? A pronta resposta que me ocorre é : o estético em Psicanálise é o caso clínico. Esta reposta, imediata e direta, força-me a articular estética e ética.

A idéia de estética diz respeito ao que é da ordem do sensível, do que é agradável ou não à sensiblidade, diz respeito ao belo. Lacan define o belo como o segundo e último ponto da barreira que detém o sujeito diante do campo do desejo ( a primeira é o bem) (Sem.VII). E o que é esse campo do desejo, parodiando Lacan, para o qual soa a hora do sujeito, empurrando-o nesse limite de atração fatal e mortífera da pulsão ? Não é outro senão esse campo inominável da destruição absoluta, do desejo de morte como desejo absoluto, para-além da putrefação.É essa visão insuportável que o belo vem recobrir.

Não poderíamos encontrar isso melhor demonstrado que no quadro de John Everett Millais, Ophelia, seu cadáver levado pelas àguas. Ali, a beleza fulgurante do rosto de Ophelia, o extraordinariamente belo, quase indizível, somente o é enquanto brilho da morte. A beleza, está ali presente como máscara que não deixa ver a carne que apodrece.Lacan se refere a esse quadro para dizer sobre o desejo de Hamlet (Sem. VI). E no entanto isso é um quadro; ele presentifica uma ausência.

Propus o caso clínico como o que é estético na Psicanálise. O caso clínico implica em um dizer, dizer bem; nisso, então, encontrar-se-ia a articulação ética/estética na Psicanálise. Não se trata do caso bem sucedido, mas daquele que vem demonstrar a própria Psicanálise. Isso faz o belo em Psicanálise. Isso se conecta com o que mencionei acima. Do que se trata em uma análise, em última instância, senão, como diz Lacan em certo momento de seu ensino, da subjetivação da morte ? É isso que está em jogo, podemos dizer, durante toda a análise, mesmo que o encontro com isso se passe apenas ao final. Afinal, a caveira, em anamorfose, no quadro Os Embaixadores , de Holbein, contemplou o espectador durante todo o tempo em que ele esteve diante do quadro. No entanto, é só na saída que o espectador, assim como o sujeito em análise, poderá vê-la, num relance do olhar que cai.

Caso, do latim casus - queda, ato de cair (ou morrer, por eufemismo). O caso clínico tem a dimensão da queda, daquilo que cai, como bem dizer torna-se belo.

HAL: A mostra tem como objetivo esboçar algum sistema de interpretação da pintura em Lacan?

GP: Não. Aliás Lacan não interpreta nenhum dos quadros aos quais faz referência. Suas observações não são interpretações, nem dos quadros, nem dos pintores. A Psicanálise não se propõe a interpretar as obras de arte ou os artistas enquanto tais. Não é raro que encontremos autores que abordam a obra de arte e, principalmente, a pintura, fazendo interpretações com termos da Psicanálise; para mim, isso é, no mínimo, uma deselegância. O pintor, como artista, antecede o psicanalista sobre as questões do Inconsciente. Lacan refere-se às telas de modo rigorosamente freudiano; ele busca extrair o conceito ou noção, a partir da tela. Ele não busca um sentido e nem atribui significações aos quadros. Se acompanharmos o Seminário XI, os capítulos sobre a pulsão, parece-me, que podemos pensar: se o que está em jogo na pintura tem a ver com a pulsão, talvez possamos concluir que, na pintura, temos que nos confrontar, justamente, com o que é ininterpretável.

INFORMAÇÕES: visite o site da Odisséia

Atividades Precoloquiais

Às vésperas da Odisséia lacaniana teremos algumas atividades com colegas estrangeiros que já se encontrarão no Rio de janeiro.

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AlÔ RIO +55(21)5428080 das 8:00 às 20:00hs

Serviço da RioTUR em vários idiomas: inglês, francês, espanhol, alemão, italiano. Informa sobre os serviços da cidade maravilhosa: transporte, localização de hotéis, horários de atrações, etc

Hotéis e Tarifas

Foram negociadas tarifas especiais para os participantes do congresso no próprio Hotel Gloria (Local da realização do evento), para se ter acesso a estas tarifas, todas as reservas deverão ser solicitadas diretamente a Rentamar Turismo (agencia de turismo oficial do evento).

Tarifas:

Hotel Gloria *****

Outros hotéis também estão disponíveis para o evento:

Hotel Novo Mundo ****

Hotel Rio Copa ***

Hotel Golden Park ***

Condições de pagamento:

Cartões de Crédito

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