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Lançamento de Livros

Vazio iluminado: O Olhar dos olhares

e

Voz na Luz: Psicanálise & cinema

Dinara Gouveia Machado Guimarãe

A Editora garamond convida para o lançamento de Vazio Iluminado: O Olhar dos olhares e Voz na Luz: Psicanálise & cinema, de Dinara Machado Guimarães. Na terça-feira, dia 27 de julho, a partir das 19 horas, no Espaço Unibanco, Rua Voluntários da Pátria, 35, Botafogo, Rio de Janeiro. Durante o lançamento haverá apresentação do vídeo "Imagens e Vozes do Cinema", editado por Márcio Shimabukuro. A autora é psicanalista e Doutora em Comunicação e uma das pioneiras na abordagem do cinema pela via da psicanálise lacaniana

Voz na Luz: Psicanálise & cinema

Enfocando o estudo da voz, este livro estuda a convergência entre dois imensos campos da cultura que nasceram no século XX e deixaram, não apenas marcas profundas no seu tempo, como determinações ineludíveis para os tempos futuros: a psicanálise e o cinema. Desde que surgiram, ambos se enraizaram profundamente, ganharam dimensões universais e alteraram para sempre a autopercepção do ser humano.

Pouco considerados conjuntamente, cinema e psicanálise têm no entanto uma série de articulações no plano da teoria. Dinara Guimarães, que já havia abordado (no livro Vazio iluminado) outro belo estudo sobre a mesma convergência, centrado porém no olhar, explora aqui com brilhantismo uma abordagem baseada na voz como elemento comum – e central, como veremos – entre os dois campos. Por suas investigações interdisciplinares, a autora foi chamada por Cacá Diegues de "artesã da palavra e operária da fala que escuta com um terceiro ouvido de psicanalista".

Investigar o cinema a partir da voz é a idéia inovadora deste livro. Como o cinema é sempre associado ao olhar, esta abordagem propicia uma ampliação da concepção da voz já estudada pela psicanálise, para a qual a voz é um objeto: Sigmund Freud fala da voz do supereu e da voz como objeto da pulsão; mais tarde, Jacques Lacan retoma e amplia a noção da voz como objeto da pulsão de ouvir, pulsão invocante, em que se é tomado pela satisfação de escutar. No cinema, por outro lado, o suspense dá materialidade, desde a origem da narrativa, à voz da moral da consciência.

A partir destes marcos, este livro investiga como o cinema constrói vozes encarregadas de um ideal estético e revela a voz das instituições reguladoras do sentido da lei simbólica – ou seja, decifra códigos sociais –, por intermédio de temáticas que exploram o terror, a culpa e o castigo, o dever e o prazer.

Da mesma forma, uma retrospectiva da história do cinema mostra como também instrumentaliza a voz em sua energia libidinal e de vitalidade, ao percorrer a fantasia inconsciente de modo a tornar o filme um produto do cineasta composto pelo espectador.

 

Vazio iluminado: O Olhar dos olhares

"Este olhar que Dinara Machado lança ao cinema, via Lacan, é uma aventura dos limites: percorre a fronteira entre o que (não) pode ser dito e o que (não) pode ser mostrado, entre ofuscamento e silêncio, discurso e iluminação."

Rogério Luz – Artista plástico, professor da Escola de Comunicação da UFRJ.

"Um livro como este só pode ser bem-vindo. Dinara Machado soube ser original e ousada sem no entanto abandonar o rigor teórico, sempre indispensável, principalmente quando se trata de psicanálise."

Maria Anita C. R. Lima Silva – Psicanalista, Doutora Professora da PUC/RJ.

"Dinara Machado cria um caminho para a leitura do cinema através da psicanálise invertendo a atitude habitual de "psicanalisar" os temas da obra cinematográfica. Propõe, ao contrário, reconstruir o olhar criador, que se instaura como busca em abismo. Pela psicanálise lacaniana, percorre, no sobre-olhar proposto, a tra ma do olho-cinemática, Trata o cinema como significante único, irredutível, ato-significante.
Instância do fazer poético, o cinema é marcado como "vazio iluminado". Habita, no limite, o campo do indizível, para-além do não-dito.
Instalando-se no ponto de construção do olhar, Dinara descobre "outro olhar" que faz o cínema. Por esse raciocínio reelabora as tramas entre "sujeito" e linguagem-"objeto", sem o costumeiro reducionismo da obra à biografia do autor. Consegue cercar seu "objeto", o "vazio iluminado", tecendo as bordas do vazio que consiste na vertigem da aposta pessoal do cineasta. Aposta radical como anteparo do grande oco, da "clareira", nó da arte, ou a própria morte. (...)
O livro abre muitas possibilidades prospectivas, como a de configuração imaginá ria do olhar internalizada nos itinerários técnicos do cinema. Por isso é uma obra "seminal", semeia e aduba também para outras colheitas. Umbral de olhares e pensamentos.

Carlos E. Uchôa Fagundes Jr. – Artista plástico, Doutor em História da Arte pela USP.

"Este livro, agora em segunda edição, é obra que mescla o vigor da criatividade com o rigor da teoria. Obra pioneira – primeira a sair no Brasil propondo uma leitura psicanalítica do fenômeno cinematográfico –, Vazio iluminado é referência obrigatória para uma reflexão sobre esses campos."

Ari Roitman – Psicanalista e editor.

Dinara Gouveia Machado Guimarãe é psicanalista, Mestre e Doutora pela Escola de Comunicação da UFRJ.

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