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Lançamento de livros

Um Olhar a Mais
Ver e ser visto na psicanálise

Antonio Quinet

Jorge Zahar Editor convida para os lançamentos do novo livro de Antonio Quinet "Um Olhar a Mais. Ver e ser visto na psicanálise"

Um olhar a mais mostra que o olhar é o personagem principal do mundo de Narciso, central no mito de Édipo e que é ele que confere o aspecto cênico da fantasia constituída pelo quadro que cada sujeito pinta para colocar em sua janela do real. Numa linguagem clara e acessível, Antonio Quinet nos faz percorrer a teoria psicanalítica e seus conceitos fundamentais a partir da perspectiva do olhar. Descrevendo e explicitando cada conceito que utiliza, o autor ilustra amplamente suas elaborações com exemplos extraídos da literatura, da pintura, da mitologia, de letras de músicas, de fatos e dispositivos da sociedade e, sobretudo, da clínica psicanalítica.

Além de seres visuais, somos seres vistos, atuando no palco do mundo com máscaras e sintomas sob o olhar do Outro. Para a filosofia, o olhar se encontra tradicionalmente do lado do sujeito: este olha, ao passo que os objetos são olhados. A psicanálise descreve o olhar como um objeto que não só olha o sujeito, mas desperta o desejo, o sentimento do belo e o entusiasmo; além de provocar angústia, pavor e exigir medidas de proteção.

Objeto privilegiado no jogo erótico, é o olhar que faz brilhar tudo o que desperta interesse na paisagem que nos envolve com suas imagens, corpos e coisas. Encoberto pela pletora de imagens que compõe nosso mundo empírico, ele aparece em nossa sociedade escópica sob o imperativo da fama, transparência e vigilância. Tão inapreensível quanto presente e excessivo, ele é um olhar a mais, um mais-de-olhar.

Conceitualizado por Jacques Lacan como objeto a, o olhar é o segredo do âmbito visual que é estruturado pela linguagem da pulsão voyeurista-exibicionista descrita por Freud. Se o olhar tinha um lugar privilegiado na Antigüidade grega, a era moderna da ciência inaugurada por Descartes desconsidera sua presença no mundo da visibilidade, da beleza e do desejo.

Eis o que será retomado pela psicanálise na visão do autor, que demonstra amplamente essa tese neste livro, cujos capítulos podem ser lidos separadamente.

A partir de sua experiência clínica, o psicanalista nos oferece uma palheta dos diversos casos da emergência do escopismo no sujeito, como o sonho-quadro, o teatro da histeria, a cena do obsessivo e o filme da perversão. E a pesquisa da psiquiatria clássica ilumina a clínica da psicose fazendo ressaltar o fenômeno elementar de observação como critério diagnóstico.

No último capítulo, Quinet analisa o mal-estar atual na civilização dominada por um novo cogito: Sou visto, logo existo. Eis a razão paranóica que ordena nossa sociedade escópica, caracterizada pela conjunção entre espetáculo e controle. Tudo comandado pelo olhar a serviço do capital.

Antonio Quinet é psicanalista, psiquiatra e doutor em filosofia pela Universidade de Paris VIII. É autor, entre outros, de As 4 + 1 condições da análise (Jorge Zahar, 1991; 8ªed.rev.), Teoria e clínica da psicose (Forense Universitária) e A descoberta do inconsciente (Jorge Zahar, 2000)

 

RIO DE JANEIRO: 11 de junho de 2002 - terça-feira, às 20h - LIVRARIA DA TRAVESSA / NOVA LOJA: rua Visconde de Pirajá 572 - Ipanema, Rio de Janeiro

SÃO PAULO: Palestra com o autor no SALÃO NOBRE - Bloco 23 - Administração seguida do coquetel de lançamento de seu livro na BIBLIOTECA DO INSTITUTO DE PSICOLOGIA - 14 de junho de 2002 - sexta-feira, às 10h USP - Universidade de São Paulo - avenida Professor Mello de Moraes 1721 - Cidade Universitária, São Paulo

BELO HORIZONTE: Palestra com o autor - no AUDITÓRIO da FUNDAÇÃO BELGO MINEIRA que em seguida autografará seu livro no salão ao lado do auditório 21 de junho de 2002 - sexta-feira, às 19:30h FUNDAÇÃO BELGO MINEIRA - avenida Carandaí 1115 - Funcionários, Belo Horizonte


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